abri o computador
e depois mil abas
procurando um caminho para um salto, uma mudança, uma nova perspectiva
um projeto de futuro
um lugar para fazer mestrado, um curso, uma oportunidade, alguma luz, um ruído, um terremoto, uma fresta
mas acabei abrindo o personare
e lendo o conselho do tarot, a previsão para os próximos dias, o que os astros e o algoritmo do site astrológico poderiam me dizer.
julho está voando,
acabando praticamente. tô me esforçando, mas é sempre aquela sensação de que eu precisava me esforçar bem mais. hoje, dia vinte e cinco, meus pais completariam trinta e cinco anos de casados. quase cancelei a aula de inglês de daqui a pouco. não que uma coisa tenha a ver com a outra, foi só uma associação livre, leve e louca que fiz aqui. mantive o compromisso da aula para não cair em lamentação mais tarde fazendo o balanço das auto-sabotagens do dia. eu deveria buscar uma auto escola para reiniciar o processo da carteira de motorista, também.
ano que vem completo 33 e penso: então, o que posso fazer por mim? sou jovem, é certo, mas depois dessa pandemia ficou tudo tão relativo, digo, essa ilusão de ter a vida toda pela frente. quanto de frente a gente tem ainda. o personare não responde, o algoritmo não poderia saber. pelo menos isso.
ontem li numa matéria da folha de são paulo que mc donald é o prato mais pedido pelos pacientes paliativos. hambúrguer, refrigerante e bata frita. li alguns comentários na reportagem. fiquei pensando no que eu pediria. comida é memória e afago. um abraço, um gesto de carinho. eu me emociono comendo. choro mesmo. minha mãe ri de mim quando mostro que estou arrepiado comendo algo preparado por ela. mc donald... eu pediria arroz, feijão, batata frita e feijão tropeiro, eu acho. ou purê de batata. moranga. preparado pela minha mãe.
cada coisa...